segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amanhã eu vou sorrir, eu sei. Mas é que se todo mundo visse o que eu vejo seria mais fácil.
Tire essa máscara que te reveste, essa proteção que te impede de sentir o calor do mundo lá fora. Me diga o que sente, o que quer de mim, o que quer que eu queira de ti.
Deixa que eu corra atrás, mas que eu corra pra encontrar.
Que necessidade é essa de manter a situação no controle, deixe que ela saia do planejado, deixa que a gente descobre quão errado é tentar fazer o certo; que eu te mostre quão ruim é o bom para você.
Tiro todas as minhas meias e meus sapatos: o que resta pra eu poder pisar nos cacos? Tento fugir deles ao máximo, desviar por outro caminho e manter meus pés limpos e vivos; mas a chuva cai lá fora e já molhou minhas pernas e virou meu corpo ao avesso – me fez sentir que eu to viva. E é disso que eu preciso. Me aventurar, quebrar todas as barreiras e chutar a porta; andar descalça e sem protetor solar. Deixar a chuva molhar meu corpo e sentir cada célula enxarcada. Tenho que deixar tudo passar. Preciso sentir a dor de ser transparente.
Não vê que o tempo todo eu to te pedindo a outra parte de mim?

Só não me venha com bobagens.



.