segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tiro todas as minhas meias e meus sapatos: o que resta pra eu poder pisar nos cacos? Tento fugir deles ao máximo, desviar por outro caminho e manter meus pés limpos e vivos; mas a chuva cai lá fora e já molhou minhas pernas e virou meu corpo ao avesso – me fez sentir que eu to viva. E é disso que eu preciso. Me aventurar, quebrar todas as barreiras e chutar a porta; andar descalça e sem protetor solar. Deixar a chuva molhar meu corpo e sentir cada célula enxarcada. Tenho que deixar tudo passar. Preciso sentir a dor de ser transparente.

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